sábado, 16 de agosto de 2008

Convidados a se retirar dos subúrbios de Beijing, a Capital do Norte

Depois de uma noite do corvo, (é inacreditável como o Deguinhas ronca, o cara não deixa ninguém dormir, inclusive hoje, se ele não parar com isso, vai dormir pra fora, de novo), acordamos tarde (claro, só conseguimos dormir em paz depois que o roncador foi para a bolha, isso depois das 9hs da manhã).
Pegamos a linha do metrô número 1 e fomos até a última estação, uma hora e 15 minutos de viagem. Quando chegamos, não sabendo exatamente onde, já eram quase 4hs da tarde. A fome já batia e fomos rangar. Um simpático restaurante que servia carnes e você as assava numa chapa, ali na mesa mesmo. Detalhe, a carne é cortada com uma tesoura.

Claro que não é uma "Grimpa Steak House" mas é divertido. Foto: Hedeson Alves

Depois do almoço fomos, mais uma vez, flanar. Andamos cerca de 40 minutos e encontramos um boteco com uma mesa sinuca. O jovem Hedeson levou uma surra no bilhar... O guri tem que treinar um pouquinho. Mais adiante e entramos numa feira livre. Muita verdura, fruta, carnes, pimentas, cereais enfim, tudo que uma feira livre tem. Inclusive cheiros, muitos cheiros. Nós, desde a sinuca, já havíamos virado celebridade no local. Todos olhando e comentando. A gente na boa, fotografando (quem permitia, teve gente que não quis papo). Tomamos uma gelada na caminhada. Na volta, fomos convidados a compartilhar um rango com quatro figuras, no mínimo, polêmicas. Quatro jovens chineses na mesa de um pequeno restaurante completamente vazio. Os caras, sem camiseta, cheio das tatuagens, dragões e serpentes, bem aquele padrão de máfia chinesa que a gente está acostumado a ver nos filmes. Sentamos, trouxeram cerveja e uma pinga bem adocicada. Papo de louco, o inglês dos caras: Very good, Baxi (Brasil), Ronaldo. O meu chinês: Ni hau (Olá), gambei (saúde). E nisso ficamos ali, eles tiravam um sarro de lá, e a gente tirava um sarro daqui e lá se foram algumas geladas e decidimos andar. Quase nos deram umas pancadas quando o Hedeson quis pagar. Tudo por conta dos tatuados.

Não tenho certeza, mais tem a maior pinta de máfia chinesa. Foto: Leandro Taques

Seguimos nossa caminhada. Saímos da feira e paramos mais uma vez, agora para a saideira. Algumas fotos aqui e ali, alguns welcome to Beijing, uns brindes... Um jovem chinês chegou na mesa para fazer um brinde e o convidamos para sentar conosco. Ele não falava inglês, ligou para a namorada e ela toda curiosa sobre a gente, querendo saber se estávamos sendo bem tratados em Beijing. - Beijing people is very friendly... Expliquei para ela que em todos os lugares que estivemos sempre fomos bem tratados e tudo mais. Ela agradeceu. A essa altura mais um chinês estava conosco na mesa, adorava o Ronaldinho, sempre jogava play station com o time do gaúcho. Fizeram questão de pagar um espetinho de camarão pra a gente.

Curtindo uma gelada e um espetinho de camarão no subúrbio, bem longe da bolha olímpica. Foto: Leandro Taques

Fui ao banheiro (Diga-se, banheiro público. Mano tem que ser corajoso, não é pra qualquer um). Quando saí, fiz uma foto e de uma rua lateral surgiu uma viatura da polícia que parou e o policial saiu do carro me chamando. Quando viram o carro da polícia, nossos amigos chineses voltaram para o lugar deles. Cheguei até a nossa mesa, - praticamente na rua essa mesa, - e, falei pro Hedeson, respira mano, o bicho vai pegar. O guardinha começou a falar comigo em chinês... e eu, com ele, em inglês. Mais uma vez, papo de louco. Toda a vizinhança chegou para ver de que se tratava. Eu explicando pra ele que estávamos só tomando uma cerveja e comendo um espetinho. Depois de muito papo, o guardinha largou, muito educadamente, deixando claro que nossa presença ali era incômoda: This area is very dangerous... Go back to hotel...

Provavelmente avisados pelos dedos-duros, a polícia chegou e nos convidou a se retirar. Foto: Leandro Taques

Os policiais voltaram para o carro e estacionaram a viatura numa esquina e ficaram ali, nos “cuidando”. O clima melou, resolvemos ir embora. Ainda passei na viatura e pedi informação de como chegaria na estação do metrô. – That way... A viatura nos acompanhou até a saída do bairro e em seguida fomos escoltados por três chineses de bicicleta. Senhores que levam uma braçadeira, tipo de capitão do time de futebol. Ainda não sei o que são. Mas me pareceram os dedos-duros. O Hedeson, abusado, pediu uma carona na bike dos caras.

Garoto abusado esse Hedeson... Foto: Leandro Taques

Chegamos na estação de metrô, sãos e salvos...

3 comentários:

André Zielonka disse...

Show de bola este post, esperamos mais aventuras na terra do Mao.
Altas fotos em Leandro, o Hededson tá postando também?
Abraço,

Unknown disse...

Grande história, que bom que os deuses cuidam de vocês!!
Cara, é ótima essa idéia de cortar a carne com tesoura, vou adotar na minha cozinha.

PS: Descolei mais um fã para vc, o coleguinha (da área de TI) acessa todo dia o seu blog e tá usando uma das suas fotos como papel de parede. Aliás, não tem como não admirar, estão belíssimas as suas imagens não só pela percepção aguçada, mas também pela qualidade técnica!!! Parabéns Leandro!!

Unknown disse...

Meu irmão... já falei pra você, mas faço o registro. Tá fantástico isso aqui, especialmente esse passeio pelo Bronx da Pequim. Das fotos nem preciso comentar, né... André Pugliesi.